19/04/2012

Ritual

Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
Exorcizando e purificando...
por 7 vezes.

E por fim, me darás a chave?






Canção Póstuma

Canção Póstuma

Fiz uma canção para dar-te; 
porém tu já estavas morrendo. 
A Morte é um poderoso vento. 
E é um suspiro tão tímido, a Arte... 

É um suspiro tímido e breve 
como o da respiração diária. 
Choro de pomba. E a Morte é uma águia 
cujo grito ninguém descreve. 

Vim cantar-te a canção do mundo, 
mas estás de ouvidos fechados 
para os meus lábios inexatos, 
— atento a um canto mais profundo. 

E estou como alguém que chegasse 
ao centro do mar, comparando 
aquele universo de pranto 
com a lágrima da sua face. 

E agora fecho grandes portas 
sobre a canção que chegou tarde. 
E sofro sem saber de que Arte 
se ocupam as pessoas mortas. 

Por isso é tão desesperada 
a pequena, humana cantiga. 
Talvez dure mais do que a vida. 
Mas à Morte não diz mais nada. 

Cecília Meireles, in 'Retrato Natural'

One Last Breath

18/04/2012

Perdendo meus pedaços

Perdi o sono,
Perdi a fome,
Perdi a vontade de dançar,
Perdi a alegria e a espontaneidade que sempre tive,
Perdi a força para lutar,
Perdi objetivos,
Perdi vontades,
Perdi desejos.

Perdi você.

Que mais vou perder enquanto viver...?


17/04/2012

Dying Softly

No seu silêncio pude ouvir trovões, e eles eram meu chamado, e eu fui ter com eles... E lá fiquei. No trono da tempestade.

04/04/2012

Sad Doll in the Bubble World


Not happy at all...

As bolhas de sabão vão passando ao meu redor em seu movimento lento e flutuante. Toco-as vorazmente no intuito de lhes tomar a alma: uma espécie de alma colorida, um arco-íris encerrado em seu interior.

Não consigo capturá-la...

A cada tentativa a morte de uma bolha em meus dedos.

As sobreviventes continuam um ballet brilhante, cheio de cores e reflexos. Sua delicadeza me hipnotiza e já não quero mais caçá-las, apenas contemplá-las. Como são belas! Devem ser bolhas encantadas.

As que morreram estouradas por meus dedos... triste. Ou estão libertas de sua forma e do incessante movimento: o flutuar? Sim, sua alma - o arco-íris - foi liberto da forma esférica, está livre. Livre, porém não se manifesta. Sem corpo, não vejo sua doçura e encantamento. Para onde vão, sem sua forma? Sozinhas também.

Talvez, se eu não tentasse agarrar suas almas, elas não estariam sozinhas. E continuariam a bailar com suas cores fantásticas uma música tácita. Mas e minha alma, onde a encontro? Quero sentir também as minhas cores.

Onde está você, essência!? Eu vou continuar procurando...