Na minha busca do guide about "how to be a lady", encontrei entre outras coisas esse pdf que é um livro de 1848. Eu não li tudo porque é muita coisa, mas dei uma "folheada". A leitura é interessante porque mostra coisas surpreendentes com relação aos costumes e educação de antigamente (nem tão antigamente assim...). Mas claro, é inviável como um guia para os dias de hoje, pois fala que a mulher deve tomar banho de água fria todos os dias, fazer uma caminhada antes do sol nascer e entra na questão da submissão de maneira bem objetiva e clara.
Mas, de um ângulo um pouco mais moderno, vieram as seguintes "dicas" que eu retirei desse site:
- Step 1
Be polite. While traditional guidelines suggest that women should act as shrinking violets, being a lady does not necessarily mean being submissive. A lady, in all her wisdom, should keep a cool head under pressure and outwit her adversaries with meaningful, well chosen words.
- Step 2
Maintain a well groomed appearance. While women should not feel that they need to dress up every day, grooming is a sign to the outside world that a woman is ladylike. Instead of throwing on tattered sweats, choose a nicely fitted jogging suit to run errands. Instead of leaving the house with no make-up, try a quick 5-minute face in the morning. Carry your sense of the ladylike throughout your wardrobe.
- Step 3
Educate yourself. Today's proverbial "lady" should be educated and able to hold up her end of a conversation. By staying on top of world events and keeping your mind active through reading and meaningful television viewing, you can carry on a conversation charged with intellectual heft and interest.
- Step 4
Be independent. In a drastic shift away from traditional ideas of ladylike, the contemporary woman is considered a lady if she can stand on her own two feet. Women hold down careers, raise children or live the single life dependent upon their choices and preferences. An independent woman is the pinnacle of ladylike.
- Step 5
Nurture kindness. Perhaps the most recognizable sign of a lady is kindness. Whether a woman is kind to her parents, friends, lovers or the community at large, hardly any other characteristic is as valuable and contagious.
Na minha própria opinião, ser uma lady ou uma dama é um conceito nada simples nos dias de hoje. A palavra lady traz à memória mulheres mitológicas, lindas, delicadas e de gestos nobres. Mas vida de lady não era fácil. Há um filme muito interessante com Audrey Hepburn, "A princesa e o plebeu" (não lembro o título em inglês), no qual, logo no início, Audrey - a princesa - aparece retirando os sapatos que estavam super desconfortáveis, e depois quase tem problemas ao ter que calçá-los (tem acento msm??) de volta. É uma cena legal e mostra exatamente o que quero dizer. Antigamente ser uma lady poderia significar privações, desconforto e talvez até ausência de idéias próprias (ou impossibilidade de expressá-las). Mulher tem que usar salto fino e sapato de bico (acabando com a coluna e com os pés); mulher tem que estar sempre maquiada (maquiagem envelhece e faz mal à pele, mesmo as mais caras e novas, não tem como escapar); mulher tem que ser magra e ter cinturinha (se possível, igual aquelas das propagandas de cerveja, sem estrias, gordura localizada ou celulite, praticamente uma mulher de cera); mulher deve usar roupas adequadas (ainda que sejam mega desconfortáveis e que limitem os seus movimentos).
Enfim, acho que essa época é passado - ainda que o passado venha assombrar todos os dias - e deveria ser deixado para trás. Uma mulher que deseja ser uma lady tem que descobrir por si como adequar suas limitações e necessidades, como ser uma dama sem deixar de ser o que quiser. O que eu quero dizer com isso, de maneira mais clara é o seguinte... Eu gosto de ouvir música erudita. Legal, é bonito, tem uma história interessante, enfim, é algo pouco comum entre a massa da sociedade, e claro, destaca uma pessoa que gosta e entende do assunto. Mas ouvir música erudita não faz de você uma dama. Tenho uma amiga que ouve, entre várias outras coisas, funk. Eu, particularmente, não gosto de funk e evito ouvir isso sempre que possível, mas não sou xiita e não julgo pessoas pelo seu gosto musical. Mesmo porque tenho ótimos motivos para isso. Essa minha amiga é uma mulher super dedicada, cuida sozinha de um filho, é gentil, generosa, amorosa, se veste bem, é linda, não costuma usar maquiagem, é inteligente... Ou seja, eu a considero uma lady, porque é uma mulher única, conseva preceitos preciosos e faz suas próprias escolhas independente do que a sociedade considera bom ou ruim, certo ou errado.
Eu acredito que essa postura é a realidade de uma dama moderna. Conservar a tradição e transformar o que não cabe mais na modernidade.