Tive um dia muito interessante ontem e quero compartilhar minha experiência.
Viver não é deixar a vida te levar, é ir junto com ela, entendendo-a. Falar com a vida, perguntar, ouvir, perceber sua sutileza (ou falta de)... São minúcias que transmitem significados que em grandes proporções, tornam-se padrões sociais.
Aos fatos.
Estive em 2 lugares beeem distintos. Primeiro fui a uma apresentação de dança do ventre com minhas amigas. Depois fomos encontrar mais alguns amigos num videokê, dentro de um snooker bar. Eu vestia um vestido até os joelhos, super simples, cintura alta. Usei batom vermelho sangue-vivo pin-up. Minha alvez faz o vermelho sangue ser ainda mais sanguinário. Mas esses e outros pequenos detalhes acabam por chamar a atenção alheia. Até aqui nada errado, pois quando saímos queremos ser encantadoras. No bar, as pessoas bebem. No bar, há vários tipos de pessoas. Eu subi no "palco" duas vezes pra cantar com uma amiga e, no final, acho que fui a única a perceber os "elogios famintos" de um "
Não quero me deter aos detalhes porque a descrição acima é suficiente para o entendimento desse post.
Mas antes de ir ao bar, eu estava em uma exibição de dança do ventre, como já disse. Várias mulheres se apresentaram. Umas mais jovens, outras mais adultas, umas mais magras outras mais medianas, algumas bem altas, outras baixinhas. Já quase no final, entra uma mulher: não jovem nem tampouco velha; gordinha. Gordinha dessas que os pés são bem "cheinhos" e fofos. Ela não dançava com o corpo muito exposto, obviamente. Mas quanta técnica havia ali!?! Foi a melhor coisa que assisti nos últimos meses. A técnica, a expressão, a leitura da música... impecáveis! Aquela mulher dançava MUITO bem. Ela tinha o poder.
Mas não sejamos hipócritas, pois eu garanto que todos que ali estavam (menos quem já a conhecia) pensou algo do tipo: "o que essa gordinha tá fazendo aí?", "ai ai, lá vem...". E sabe, por um lapso de instante eu pensei algo parecido. Eu tenho um respeito imenso pela mulher, por sua idade e por seu corpo. Eu respeito porque conheço o significado dessas coisas e sei que, quem não respeita (não fazer piada não significa respeitar), assim faz por mero desconhecimento real do que significa ser mulher e tudo que vem junto com essa palavra. Lembro apenas que pensei algo do tipo: "será que ela dança bem?". Qual não foi minha agradabilíssima surpresa!
Ela tem o poder.
Eu não tinha nada ali naquele bar. Só um vestido elegante e um batom vermelho. Mas eu exercia o poder. Um poder que me foi dado por opiniões pré-moldadas e estereótipos implantados à força dentro do imaginário coletivo.
Se eu disser que meu egocentrismo não se divertiu, estaria mentindo. On the other hand, se disser que meu lado revoltado che-guevariano nazi-fasci-comunista manteve-se incólume, não teria escrito esse post...
A beleza e o poder guerreiam, quando poderiam andar lado a lado e exercer influência mais nobre e produtiva na singularidade de nossa existência.
Esse foi, sem dúvida, o post mais PIMBA dos últimos meses!
Baci a tutti voi, miei amori.
5 comentários:
Poxa, perdi a parte dos comentários do peão... kkkkk
Muito bom seu post, até pq indiretamente estou inserida nele.
Beijos!
aeee, obrigada pela visita! é, foi um post filosófico sobre aquela "night"... :)
uhu! bom post. :)
ana raves! vc por aqui!! qto tempo!
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